Recife frio
O filme funciona como um documentário (forjado) que explica como uma onda de frio misteriosa tomou conta da cidade do Recife mudando todo o cotidiano de pessoas, animais e da própria paisagem. Desde aparições de pinguins na costa até a adaptação dos cidadãos às baixas temperaturas, a obra mostra, com bom humor, todos os fatos que se seguiram ao fenômeno climático
A idéia é sim¬ples: como seria a cidade do Recife se de repente ela dei¬xasse de ser uma cidade tro¬pi¬cal e a tem¬pe¬ra¬tura bei¬rasse zero grau? O autor faz um filme repleto de sar¬casmo com a capi¬tal per¬nam¬bu¬cana. Brinca com seus habi¬tan¬tes, seus hábi¬tos, seu coti¬di¬ano e, sobre¬tudo, com sua arqui¬te¬tura, esbo¬çando uma defesa de suas cons¬tru¬ções e de seu tra¬çado que vem sendo aos poucos devas¬tado pela espe¬cu¬la¬ção imo¬bi¬liá¬ria. Ironiza tam¬bém as rela¬ções soci¬ais esta¬be¬le¬ci¬das e as ima¬gens iguais as que Recife é ven¬dida pelo mundo afora. O filme foi exi¬bido em varios fes¬ti¬vais e mere¬ci¬da¬mente ganhou prê¬mios. Recife Frio marca sua superioridade por ser um filme resolvidamente acabado
Ele é, existe e está definido: cada cena, plano, corte, som, tudo existe no filme, e ponto. A opção pelo “mockumentary” liberta o cineasta para mergulhar fundo na premissa e tirar dela o máximo possível de resultados pertinentes, alguns de excesso, outros mais ambíguos, todos inseridos na carne audiovisual do que nos é