Rebeliões Regenciais

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A Independência do Brasil processou-se de forma pacífica, sendo desde o início empresariada pela classe dos grandes proprietários de terras. Deste modo, a emancipação revestiu-se de um caráter elitista, relegando-se a um segundo plano outros setores da sociedade. Dentro da organização imperial, de feição eminentemente conservadora, a posição de destaque, o mando e as instituições traduziam as aspirações da aristocracia rural. Quanto às demais categorias, a marginalização tornou-se um imperativo, em virtude da continuidade da mesma estrutura socio-econômica do período colonial: de um lado, o mandonismo senhorial e de outro lado, a servidão. Em tal organização social, deve ser afastada qualquer hipótese de uma homogênea oposição dos “debaixo” contra “os de cima”.

Ante a ameaça representada pelo próprio Imperador Absolutista, uniu-se a classe senhorial na defesa de seus “interesses comuns”. A classe dominante, em choque aberto contra o Imperador, sentiu a necessidade de mobilizar os ditos novos componentes (o povo e as tropas), atribuindo ao próprio D. Pedro o entravamento de reformas mais democráticas, que supostamente beneficiavam os menos favorecidos. Daí as promessas, que jamais seriam cumpridas.

Nesse contexto, a Balaiada ocorrida no Maranhão não se apresentou como uma manifestação revolucionária única, mas sim, como um movimento fracionado, com tendências e levantes sucessivos e ininterruptos, indicando direções variadas. Assim, é difícil encontrar, na Balaiada, um programa político claramente definido. A Balaiada foi a síntese de vários movimentos de cunho sócio – político, ocasionados pelos seguintes fatores:

1) Divergências político – partidárias entre liberais e conservadores;

2) estratificação de hierarquização sócio – econômica que gerou o preconceito de “casta” na sociedade maranhense. Daí o caráter popular do movimento, pois o mesmo englobava grupos populares diversos. Em tal organização social, deve ser afastada qualquer hipótese de uma

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