Rebelião escrava no brasil - ideias centrais
Graduando em História pela UNEB
REIS, J. J. . Rebelião Escrava no Brasil: A História do Levante dos Malês em 1835 (Edição revista e ampliada). 2a. ed. São Paulo: Companhia das Letras, 2003.
IDÉIAS CENTRAIS Durante a madrugada domingo de 25 de janeiro 1835, feriado cristão de Nossa Senhora da Guia, ocorreu na cidade de Salvador a mais importante rebelião escrava da história baiana, se bem que é preciso ressaltar que a revolta teve, em sua maioria, africanos libertos, o que põe em questão o rótulo “escrava”, a ela atribuido. O movimento rebelde ficou historicamente conhecido como Revolta dos Malês, por serem dessa forma conhecidos os africanos islamizados que o arquitetaram, o termo “malê”, tem origem na expressão “imalê”, que significa muçulmano no idioma iorubá. Na Bahia eram popularmente conhecidos como nagôs, esses também tiveram o apoio dos haussás, etnia ainda mais islamizada, que porém, tiveram uma participação mais tímida. O levante contou com cerca de 600 homens, eles haviam combinado o movimento para o amanhecer do dia 25, porém foram denunciados por uma ex-escrava de nome Guilhermina Rosa de Souza, que ouvira do seu marido Domingos Fortunato à respeito dos boatos sobre a eminente revolta. Uma patrulha chegou a uma casa na ladeira da Praça onde estava reunido um grupo de rebeldes. Ao tentar forçar a porta para entrarem, os soldados foram surpreendidos com a repentina saída de cerca de sessenta guerreiros africanos. Uma pequena batalha aconteceu na ladeira da Praça, e em seguida os rebeldes se dirigiram à Câmara Municipal, que funcionava no mesmo local onde funciona ainda hoje. O ataque à prisão não foi bem sucedido. O grupo foi surpreendido no fogo cruzado entre os carcereiros e a guarda do palácio do governo, localizado na mesma praça. Daí este primeiro grupo de rebeldes saiu pelas ruas da cidade aos gritos, tentando acordar os escravos da cidade para se unirem a eles. Dirigiram-se à Vitória onde havia um outro grupo