Realismo
2001
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A crítica ao realismo
Por razões expostas no capítulo anterior, o realismo entra em cena muito após a utopia, e como forma de reação contra ela. A tese de que "a justiça é o direito do mais forte" era, com efeito, familiar no mundo helênico. Mas jamais representou nada além do que protesto de uma minoria sem influência, atônita pela discrepância entre a teoria política e a prática política. (p. 85 )
Os fundamentos do realismo
Maquiavel foi o primeiro importante realista político. (...)Os três princípios essenciais, implícitos na doutrina de Maquiavel, são as pedras fundamentais da filosofia realista. Em primeiro lugar, a história é uma seqüência de causa e efeito, cujo curso se pode analisar e entender através do esforço intelectual, porém não (como os utópicos acreditam) dirigida pela "imaginação". Em segundo lugar, a teoria não cria (como presumem os utópicos) a prática, mas sim a prática é quem cria a teoria. Nas palavras de Maquiavel, "bons conselhos, venham de onde vierem, nascem da sabedoria do príncipe, e não a sabedoria do príncipe dos bons conselhos". Em terceiro lugar, a política não é (como pretendem os utópicos) uma função da ética, mas sim a ética o é da política. (p. 85 e 86 )
O moderno realismo difere, contudo, num importante aspecto, daquele dos séculos dezesseis e dezessete. Tanto a utopia, quanto o realismo, aceitaram e incorporaram às suas filosofias a crença no progresso, do século dezoito, com o curioso e um tanto paradoxal resultado de que o realismo tornou-se, aparentemente, mais 'progressista" do que o ideário utópico.(p. 87 )
O realismo, não possuindo tal âncora, tornou-se cada vez mais dinâmico e relativisado. O progresso tornou-se