realismo político em maquiavel
Filosofia do Estado
Prof. Ednaldo Pinho
Pessoa Santos
Realismo político em Nicolau Maquiavel
Palavras-chave: moral – política – príncipes – Estado
Introdução
Nicolau Maquiavel é, entre os pensadores que, de forma teórica, gestaram a modernidade, o mais controverso entre todos. Seu nome está ligado a uma espécie de julgo político que privilegia os atos de poder político sem, no entanto, ocupar-se das significações morais. O termo maquiavelismo nos remete, até hoje, uma carga toda negativa, indicando ausência de escrúpulos de quem pratica qualquer ordem de poder político. Acusado por muitos de corruptor, de inescrupuloso, de insensível à política com artefatos de fundamento moral, Maquiavel figura, sem dúvida, na imensa galeria de pensadores tão mal entendidos. Grande parte dessas interpretações se deve a seu realismo político, muitas vezes radical. Maquiavel é um pioneiro no pensamento político da modernidade. Inaugurou uma época.
Nicolau Maquiavel nasceu em 1469 e faleceu em 1517. De família tradicional, mas não abastada, Maquiavel recebeu uma boa educação humanista e durante quatorze anos foi secretário da república de Florença, adquirindo na prática uma formação de estadista que, posteriormente, lhe fornecia a base para suas obras políticas. Em 1512, com a volta dos Médici ao poder, demitiu-se do seu cargo. Excluído da atividade política e limitado a uma vida isolada no campo, esperou por uma transformação no quadro político escrevendo peças teatrais. Em 1520, chamado de volta pelos Médici, retomou a sua modesta atividade política, mas esse relativo sucesso lhe valeu, enfim, uma última desilusão, posto que, 1527, restaurada a republica florentina, Maquiavel foi novamente preterido. Morreu, pois, desiludido com as ações políticas de seu tempo.
1. Moral e política
Maquiavel despreza o pensamento político da