Autonomia politica e realismo politico em maquiavel
Nicolau Maquiavel, nasceu em Florença em maio de 1469 num período em que a Itália se encontrava fragmentada em pequenos Estados conflitantes entre si , o que os tornavam vulneráveis aos ataques dos estrangeiros . A Igreja Católica na Europa renascentista gozava de enorme poder econômico, político e militar, constituindo-se numa ameaça à soberania desses Estados. No século XIV a Península itálica foi palco dos conflitos entre os franceses, os aragoneses e os suíços. No final do século XV a Itália foi invadida pela França e, durante o reinado do imperador Carlos V, a maior parte do território italiano foi subjugado. No século XVI a Igreja Católica, apoiada por potências estrangeiras, entrou diversas vezes em conflito com alguns principados italianos. O papa Alexandre VI atraiu para a Itália a influência espanhola , o que fez com que os Estados italianos passassem a sofrer com a influência dos espanhóis . É, portanto, nesse contexto de rivalidades e ameaças que Maquiavel escreve O Príncipe.
O realismo político é um campo do saber que arroga para si um estatuto de cientificidade, no sentido de maior objetividade, de autonomia em relação aos juízos de valor. Dentro desta perspectiva, pode-se considerar o realismo político como bastante próximo do positivismo. Segundo Vilfredo Pareto ( Em seu livro Traité de Sociologie Générale , 1917 ) , " Realista é aquele que , por um lado , se coloca no ponto de vista da correspondência de suas afirmações com a realidade " e , por outro , considera as ações sobre a base de sua " utilidade social " .
O realismo político de Maquiavel tem um caráter bastante empírico, pois constrói suas formulações a partir da experiência vivida. Podemos expressar esse realismo político nas palavras do próprio Maquiavel quando ele escreve sobre a necessidade de " ir atrás da verdade efetiva da coisa , em vez da imaginação . Muitos imaginaram Repúblicas e Principados que nunca se viu