Realismo nas Relações Internacionais
O Realismo tem algumas proposições básicas. Primeiro, o Estado é o ator principal no meio internacional, e o estudo das relações internacionais foca essa unidade política. Atores não-estatais, como as empresas multinacionais, são menos relevantes para a análise, e as organizações internacionais, como a ONU ou a OTAN, não possuem existência autônoma ou independente porque são compostas de Estados, as verdadeiras unidades soberanas, independentes e autônomas que determinam o comportamento dessas organizações internacionais.
O Conselho de Segurança da ONU, por exemplo, que era uma forma de ‘’gerencia’’ do poder, na visão realista, foi paralisado, durante a Guerra Fria, pelo veto – os interesses do poder da URSS e dos EUA iam em sentidos opostos e, por conseqüência, impediam a organização de funcionar. No pós-Guerra Fria, apear da superação das rivalidades dentro do Conselho, a Organização ainda não funcionava automaticamente, dependendo, em cada circunstancia, do ‘’interesse’’ do Estado para atuar. Realistas citam, por exemplo, o contraste entre a ação rápida na Guerra do Golfo e a inércia diante da crise iugoslava.
Segundo, os Estados são atores unitários. São unitários porque quaisquer diferenças de visão entre os lideres políticos ou burocracias dentro do Estado são, no final das contas, resolvidas para que o Estado fale uma só voz.
Terceiro, os Estados são atores racionais. São racionais porque, dados certos objetivos, trabalham com objetivos, trabalham com alternativas viáveis para alcançá-los, à luz de suas capacidades, por meio de uma análise de custo-benefício. Os realistas reconhecem a existência de problemas como falta ou ruído de informação, incerteza, pré-jugamento e erros de percepção, mas, contudo pressupõem que os tomadores de decisão não medem esforços para alcançar a melhor decisão possível.
Finalmente, para os realistas, a segurança nacional é a questão de maior importância para a agenda de política exterior de qualquer país.