Realidade - uma visão a partir de duarte júnior
Amanda Araújo Camêlo de Oliveira
Muitos questionamentos nascem ao se pensar no conceito de realidade. Esta apresenta uma plurisignificância e uma diversidade de interpretações que formulam um entendimento subjetivo.
A realidade é múltipla e isso é indiscutível. Movida por conhecimentos diferentes e individuais, é formada com bases metafísicas de acordo com o que se vive e como se vive. Para confirmar essa afirmação, Duarte Junior dá um exemplo em "O que é realidade" (2004) e explica de forma sucinta a multiplicidade de interpretações por meio da visualização de um quadro. Desse modo, ele afirma:
"O quadro para o espectador é diferente do quadro para o carregador de mobílias, e diferente ainda para o cientista que o submete ao raio X e a outros processos a fim de comprovar se ele, na realidade, foi pintado no século XVIII. Diferentes maneiras de se apreender o mesmo objeto: em cada uma delas o quadro possui uma realidade diversa. " (DUARTE JUNIOR, 2004, p. 11)
Apesar de ser múltipla, existe uma realidade que é comum a todos, predominante e mais palpável, esta conhecida como vida cotidiana. Como Duarte Junior afirma, o cotidiano é o mundo estável e ordenado no qual nos movemos desembaraçadamente, devido à sua constância e à segurança que o conhecimento de que dispomos sobre ele nos dá. Essa afirmação vai ao encontro com o conceito de cotidianidade de Heidegger, encontrado no texto "A respeito da felicidade, Heidegger e Sartre" (2008) de Novaes, no qual esses dois pensamentos abrem um pressuposto ao homem pensar e questionar sobre sua felicidade e sobre si mesmo, estas capacidades provindas do domínio da linguagem.
Por meio da linguagem, o homem tem a capacidade de pensar em si mesmo e se tornar o objeto da própria reflexão e observação. É o que torna o homem humano e diferencia-o dos outros seres, tornando-o capaz de pensar em seu passado e planejar o seu futuro, indo além da imediatividade. Desse modo, o mundo é ordenado