Realidade pra Aristóteles
R: Na rejeição do dualismo platônico, pois Aristóteles acreditava que na relação que a teoria das ideias supõe existir entre o mundo inteligível e o sensível pode ser considerada uma versão do paradoxo da relação. Toda e qualquer relação pode ser de dois tipos: interna ou externa. Temos, portanto um problema: ou a relação é externa e nesse caso é problemática pois precisaremos de um número infinito de pontos externos para efetuá-la; ou é interna, mas não se trata mais de um dualismo. É para evitar esse tipo de problema que Aristóteles acha necessário um novo ponto de partida para sua metafísica, isto é, sua concepção de real, evitando assim o dualismo dos dois mundos.
3- Como Aristóteles caracteriza a sua noção de realidade? No que consiste para ele o real?
R: Encontramos a concepção de realidade em Aristóteles em sua Metafísica. Uma concepção de realidade segundo a qual o que existe é a substância individual (indivíduo material concreto). Synolon em grego significa o que é composto, que possui totalidade. Na concepção de Aristóteles é o resultado da conjunção da forma e da matéria. É o fundamento da doutrina hilomórfica. A mudança das coisas é explicada por quatro tipos de causas: a causa formal, a causa material, a causa eficiente e a causa final (ou propósito). Os indivíduos da mesma espécie teriam a mesma forma, a diferença se daria na matéria. Não existe desassociação entre matéria e forma, pelo contrário é um conjunto. Sendo assim, Aristóteles resolve o dualismo de Platão quando apresenta a substância individual. Portanto devemos entender que não há matéria se a mesma não possui uma forma, no mesmo sentido a forma só é forma se possui materialidade, logicamente em situações concretas. Assim sendo, o real para Aristóteles é aquilo que o sujeito vê a partir da materialidade representada pela forma, a abstração só acontece nos indivíduos porque os mesmos conhecem a matéria e a forma