ração e emoção
Ao contrário do que durante muito tempo se pensou, as emoções e os sentimentos não são um obstáculo ao funcionamento da razão. Estão envolvidos nos processos de decisão, segundo a perspetiva de António Damásio. Para o investigador, se fosse apenas a razão a participar nos momentos de decisão, seria muito complicado tomar uma decisão.
Se as decisões fossem tomadas sem recorrer às emoções, ou seja, só com a interferência do raciocínio, levaríamos tanto tempo a analisar logicamente todas as opções e respetivas consequências, o que tornaria a tomada de decisão completamente inviável. Contudo, a emoção, por si só, não permite a tomada de decisão. Aliás, muitas vezes, as emoções são tão fortes e intensas que nos perturbam ao ponto de influenciarem negativamente uma decisão.
“A emoção bem dirigida parece ser o sistema de apoio sem o qual o edifício da razão não pode funcionar eficazmente”. Tanto a emoção como a razão estão na base do processo de tomada de decisão, levando a que esta possa ser suportada por duas vias complementares.
Representação das consequências de uma opção é disponibilizada pelo raciocínio: avaliação da situação, levantamento das opções possíveis, comparações lógicas, entre outros.
A perceção da situação provoca, ao mesmo tempo, a ativação de experiências emocionais experimentadas anteriormente em situações semelhantes.
As emoções são, portanto, processos indispensáveis no ato de decidir.
As experiências emocionais ficariam marcadas no nosso cérebro nas áreas pré-frontais sob a forma de Marcadores Somáticos.O marcador somático é um mecanismo automático que suporta as nossas decisões. Permite-nos decidir eficientemente num curto intervalo de tempo. Atua como um sinal de alarme automático (significando perigo). Este sinal protege-nos de prejuízos futuros, sem mais hesitações, permitindo-nos escolher uma alternativa entre as várias. Os marcadores somáticos aumentam provavelmente a precisão e a