Rayanna
Max Velthuijs
O sapo estava sentado à beira do rio. Sentia-se esquisito. Não sabia se estava contente ou se estava triste. Toda a semana tinha andado como que a sonhar. Que é que teria? Então encontrou o Porquinho.
(Porquinho) - Olá, Sapo. Não me parece muito bem. O que você tem?
(Sapo) - Não sei. Tenho vontade de rir e de chorar ao mesmo tempo. E aqui dentro de mim tenho uma coisa que faz tum-tum.
(Porquinho) - Talvez você esteja agoniado. É melhor ir para casa e deitar um pouco.
O Sapo continuou o seu caminho. Estava preocupado. Depois passou pela casa da Lebre.
(Sapo) -Lebre, não me sinto muito bem.
(Lebre) - Entra e senta um bocadinho. Ora, que é que você tem?
(Sapo) - Umas vezes fico com calor e outras vezes fico com frio e aqui dentro de mim tenho uma coisa que faz tum-tum.
A Lebre pensou muito, como um verdadeiro médico. Depois disse:
(Lebre) - Já sei. É o seu coração. O meu também faz tum-tum.
(Sapo) - Mas o meu às vezes faz tum-tum mais depressa do que de costume. Faz um-dois, um-dois, um-dois.
A Lebre foi buscar na estante um grande livro e pôs-se a virar as folhas.
(Lebre) - Ah! Ora! Coração a bater acelerado, ataque de calor e de frio…quer dizer que você está apaixonado!
(Sapo) - Apaixonado? Ôba! Estou apaixonado!
E ficou tão contente que deu um salto enorme pela porta à fora.
O Porquinho assustou-se muito quando o Sapo de repente caiu do céu.
(Porquinho) - Parece que está melhor.
(Sapo) - E estou! Me sinto ótimo! Estou apaixonado!
(Porquinho)- Que boa notícia. Por quem é que você está apaixonado?
O Sapo não tinha tido tempo para pensar nisso.
(Sapo) - Já sei! Estou apaixonado pela linda e adorável Patinha branca!
(Porquinho) - Não pode ser. Um Sapo não pode estar apaixonado por uma pata. Você é verde e ela é branca.
Mas o Sapo não se importou com isso. Não sabia escrever, mas sabia fazer bonitas pinturas.
Quando voltou para casa fez