Radiologia
Técnica elimina toxinas e prolonga validade de alimentos A irradiação é uma tecnologia de preservação de alimentos que começou a ser utilizada logo após a descoberta da radioatividade pelo francês Henry Becquerel, em 1895. Dez anos mais tarde, as primeiras patentes desse processo com a finalidade de eliminar bactérias foram adquiridas nos Estados Unidos e na Inglaterra. Mas foi em 1950 o início da moderna era da pesquisa aplicada à irradiação de alimentos, com um programa coordenado pela Comissão de Energia Atômica dos EUA. Nessa época, as Forças Armadas norte-americanas procuravam uma alternativa para a conservação de alimentos destinados às tropas que reduzisse a necessidade de refrigeração.
A técnica consiste na utilização de uma fonte de radiação ionizante, como raios gama, raios X ou feixe de elétrons acelerados, que penetra nos alimentos e elimina grande parte dos microorganismos, tanto aqueles que se desenvolvem na própria comida, quanto os adquiridos durante o processo de manuseio e armazenamento. Atualmente, alguns projetos com esse tema estão em andamento no Brasil. Um deles é a pesquisa Avaliação da segurança alimentar de café, derivados de milho, leite e ervas medicinais tratados por irradiação gama: contaminação fúngica, micotoxinas e detecção de produtos radiolíticos, trabalho que conta com o apoio da FAPEMIG e reúne pesquisadores do Centro de Desenvolvimento da Tecnologia Nuclear (CDTN), Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) e Fundação Ezequiel Dias (Funed).
“O alto potencial de contaminação de alguns produtos como especiarias, ervas medicinais e derivados de milho e de leite é uma questão de saúde pública”, opina o físico Alexandre Soares Leal, pesquisador do CDTN e coordenador da equipe que pretende avaliar a segurança dos alimentos irradiados. Para desenvolver o projeto, foram escolhidos alimentos de amplo consumo popular, como ervas medicinais vendidas a granel, que podem ser contaminadas durante a manipulação e o