Radicalidade
O texto apresentado de Descartes representa a filosofia como uma “(…) procura da sabedoria” através da razão, pois é isso que nos distingue de todos os animais – o facto de possuirmos razão. Os animais limitam-se a conservar a sua existência. É pela faculdade racional que nos interrogamos e problematizamos, assim, a filosofia é o uso do pensamento racional – esta é uma prioridade. O ser humano vai para além de uma simples conservação do seu corpo. A filosofia não se situa em ideias que resultam simplesmente dos sentidos pois estes dão-nos informações que podem ser enganadoras ou pouco sustentadas (superficiais).
A razão também é a faculdade que possibilita o conhecimento científico, mas a filosofia distancia-se da ciência pois esta tem um objeto de estudo delimitado e a na filosofia nada pode limitar o seu objeto de pesquisa – as suas questões são abrangentes. Por exemplo, sobre o tema ambiente: investigar sobre as causas do aquecimento global é tarefa da ciência porque o objeto de estudo é específico, limitado e concreto; a ciência tem objetivos mais práticos e revela um conhecimento mais objetivo. Poder-se-ia levantar sobre este assunto um problema filosófico, por exemplo, “O que leva o ser humano a tratar mal o ambiente em que vive?”.