Radiacoes de bohr
GASES INCANDESCENTES: ESPECTRO DESCONTÍNUO 1 A ideia de Einstein de que a luz é constituída por fótons com determinados quanta de energia serviu para resolver um mistério que intrigava muitos cientistas há vários anos envolvendo a luz emitida por gases superaquecidos (esse fenômeno é utilizado nas lâmpadas da iluminação pública como as amarelas, e sódio, ou azuladas, de mercúrio). Se a luz emitida pelo gás for feita passar por um prisma, o espectro produzido não é contínuo como o arco-íris: linhas brilhantes separadas por faixas escuras, formando um espectro fatiado. Por quê? Um prisma separa as cores do feixe de luz que nele incide. Isso ocorre devido à refração da luz no prisma, que produz desvio maior sobre a radiação luminosa de maior frequência; assim, o que era um feixe único de cores torna-se um feixe espalhado com diversos ângulos de saída de diferentes cores. O arco-íris também resulta desse fenômeno, só que produzido pela refração da luz solar em gotículas de água em suspensão, após a chuva. O mistério, que somente foi resolvido pela teoria quântica, era que o arco-íris tem espectro contínuo de cores (e, portanto de frequências), mas um gás aquecido produz um arco-íris “fatiado”, o que é denominado espectro descontínuo. Conhecidos desde o século XIX, os espectros descontínuos eram comumente usados como uma técnica para a identificação da presença de elementos químicos em compostos. Já se sabia que cada substância tem seu espectro característico, mas não havia uma explicação para o fenômeno da descontinuidade do espectro e das linhas espectrais, também denominadas raias. Utilizando a ideia dos grãos de energia quânticos, o físico dinamarquês Niels Bohr (1885 – 1962) propôs que um elétron, para perder energia, ao decair de uma órbita ao redor do núcleo de maior energia para outra de menor energia, emitia um quantum de luz. O átomo se assemelharia a um sistema planetário,