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4837 palavras 20 páginas
Antoine Henri Becquerel (1852 - 1908)
Impossível esconder o desapontamento. O dia 26 de fevereiro de 1896 amanhece encoberto em Paris. Só resta guardar o material, à espera de um dia de sol. De fato, a presença da luz solar é condição indispensável para levar a termo a experiência que Henri Becquerel quer realizar.
Talvez o dia seguinte traga o Sol tão esperado. Mas não: o céu continua desanimadoramente cinzento, recusando-se a colaborar. E a Becquerel não resta outro recurso senão esperar pacientemente. Somente a 1º de março ele, enfim, reaparece.
Por incrível que pareça, o mau tempo será justamente um colaborador decisivo na grande descoberta do físico francês: a radioatividade.
Antoine Henri Becquerel descende de uma família tradicional de físicos e químicos franceses. Seu avô, Antoine César Becquerel, nascido em Châtillon sur Loing (1788), é conhecido pelos trabalhos realizados no campo da eletroquímica. Após completar os estudos na Escola Politécnica de Paris, serve o exército de 1808 a 1814. Oficial de fortificações, tem ocasião de aplicar seus conhecimentos de engenharia. Mas seu amor pela ciência pura é mais forte. Em 1814 deixa as armas para se dedicar somente à pesquisa científica. Trabalha com físicos célebres, como Ampère e Biot, mestres do eletromagnetismo na época. Torna-se membro da Academia Francesa de Ciências e, em 1837, é homenageado pelos trabalhos sobre eletricidade. Morre em 18 de janeiro de 1878, em Paris, onde desde 1837 ocupou o cargo de professor de física no Museu de História Natural.
Para Alexandre Edmond Becquerel (1820-1891), filho de Antoine César, nada mais fácil do que seguir a carreira do pai, sucedendo-lhe no Museu de História Natural. Edmond Becquerel dedica-se sobretudo ao estudo da teoria da luz. Investiga os efeitos fotoquímicos e os aspectos espectroscópicos das radiações solares e da luz elétrica, e o fenômeno da fosforescência.
Crescido na atmosfera do Museu de História Natural, em 1878 o jovem Henri

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