Racionalização Negativa
Neste tipo de racionalização, há a presença da metáfora da jaula de ferro, a qual mostra o lado negativo do processo de racionalização, que é a forma exagerada e contraditória do uso da racionalidade. Essa forma do uso da racionalidade é demonstrada por “enclausuramento do homem pela sua própria força libertadora” (O conceito de racionalização no pensamento social de Max e Weber: entre a ambiguidade e a dualidade, LUIS ANTONIO CARDOSO), ou seja, a racionalidade que deveria impulsionar o homem a liberdade, é aquela que o mantém refém de si mesmo, tornando-o mecanizado e ligado a métodos e procedimentos estritamente “racionais”.
Weber afirmava que o processo de racionalização, trazia consigo consequências boas para a sociedade, entre elas: o nascimento das atividades racionais da vida e a liberdade do homem da força do encantamento. Todavia, esse processo de racionalização, dava-se de forma simultânea a enclausurar o homem, tornando-o cego e irracional. Weber comenta também sobre o utilitarismo puro, o qual ele diz que a racionalização dilui valores culturais, religiosos e éticos, sendo este um ponto negativo da racionalização. Esse processo de distanciamento espiritual, intelectual e moral sofrido pelo homem tem origem nos âmbitos econômicos e estatais, pois o homem não mais se atém a uma postura de expansão cultural e de personalidade, e passa a obedecer regras do Estado e da economia.
O processo de racionalização também acarreta em uma crescente burocratização – tanto dos meios materias de exploração quando a separação dos meios materiais de trabalho – e isso deve-se ao fato de que o estado capitalista moderno necessita de um direito posto e que seja regulamentado de forma racional, o que a burocracia torna possível por meio dos seus procedimentos.
Sendo assim, será essa força irracional, originária do crescimento exarcebado da racionalidade formal que vai caracterizar a prisão que, a priori, era a mais importante forma de livrar o homem