Quitina
As biomoléculas são os principais componentes que constituem os seres vivos. Proteínas, carboidratos, lipídeos e ácidos nucleicos são as biomoléculas mais importantes. Graças a elas os organismos vivos existem em tão ampla diversidade. Um polissarídeo em especial, a quitina, faz parte da estrutura externa de um dos grupos mais bem sucedidos dos Metazoa, são estes, os Artrópodes (Figura 1). Em algum momento da era Pré-cambriana um grande evento ocorreu na evolução da vida na Terra. A cutícula mole nos ancestrais segmentados dos artrópodes foi endurecida pela deposição adicional de proteína e do polissacarídeo quitina. O exoesqueleto cuticular ofereceu alguma proteção contra predadores e outros perigos ambientais, e conferiu a seus possuidores uma ampla gama de outras vantagens seletivas. Nos insetos a quitina faz parte de 50% do exoesqueleto, sendo o restante composto por proteínas. Em alguns crustáceos, a quitina constitui de 60 a 80%; adicionalmente, a maioria dos crustáceos possuem áreas do exoesqueleto impregnadas com sais de cálcio. A adição de sais de cálcio reduz a flexibilidade, mas aumenta a força. Na concha dura das lagostas e caranguejos, por exemplo, esta calcificação é extrema (HICKMAN, 2008). Nos fungos (Figura 2), grupo relacionado aos animais, uma das características mais marcantes é presença de quitina na sua parede celular. Depois da celulose, a quitina é o polissacarídeo mais abundante na natureza. Estima-se que pelo menos um bilhão de toneladas são produzidas a cada ano (REECE, 2011).
A quitina é homopolissacarideo linear composto de resíduos de N – acetilglucosamina na ligação 1-4. Ele é bastante semelhante à celulose presente na parede celular das plantas, tendo como principal diferença o substituição do grupo hidroxila no carbono 2 por um grupo amino acetilado (Figura 3) (NELSON & COX, 2008). Dentre as semelhanças que compartilham estes dois polissacarídeos estruturais, se