Questões a cerca do texto REFLEXÃO
"Os dados de quase todo o mundo mostram que os seres humanos estão trabalhando menos e vivendo mais. Na Inglaterra, na metade do século XIX, um trabalhador típico trabalhava cerca de 125 mil horas ao longo da vida e a idade média era de 55 anos. Hoje, ele trabalha 69 mil e vive até 78 anos. Dentro de poucos anos, a maior parte do tempo será gasta antes e depois da carreira. As estimativas indicam que, nas primeiras décadas do próximo milênio, a jornada semanal cairá para 33 horas para os homens e 22 horas para as mulheres. E a vida média ultrapassará os 80 anos. O homem do futuro trabalhará menos e viverá mais. Boas notícias, não é? Em termos. Os tempos do futuro serão bonitos e agradáveis se a sociedade moderna resolver os problemas presentes. Para trabalhar menos, será essencial ter educação de boa qualidade. Para sustentar o descanso dos idosos, será crucial rever as políticas previdenciárias. Para gerar receita pública, será fundamental criar oportunidades de trabalho. Como se vê, o mundo do futuro tem uma agenda carregada. A demografia diz que a vida será longa. A economia afirma que o emprego será curto. A atuária anuncia que as previdências quebrarão. E as escolas, com os recursos atuais, se dizem impotentes para educar adequadamente as pessoas. No Brasil, a demografia nos diz que a vida média atual de 64 anos saltará para 72 anos nos próximos 20 anos. O emprego formal, com as leis atuais, encolherá na base de 2% ao ano. A Previdência, se nada for feito, quebrará por completo. E as escolas não conseguirão ir muito além dos atuais 3,5 anos de educação que são dados à nossa força de trabalho. O grande desafio, portanto, é o de reverter esse quadro e promover a convergência entre a demografia, a economia, a Previdência e a educação. Isso feito, nossos filhos, netos e bisnetos poderão desfrutar as delícias de viver muito e trabalhar pouco." José Pastare Professor-titular da Faculdade de Economia e Administração da USP Jornal da Tarde,