QUESTÕES DO TRABALHO EM ANTUNES: análise do livro Sentidos do Trabalho
QUESTÕES DO TRABALHO EM ANTUNES
Valores de uso e troca Em “Os Sentidos do Trabalho”, Antunes tem uma visão luckasiana do trabalho e do capitalismo. Analisa o trabalho de um ponto de vista teleológico e ontológico. Sua obra se atém às formas de trabalho na atualidade, tendo em vista as suas transformações que ocorreram nas últimas décadas. Para analisar essas transformações leva em consideração as mudanças no sistema capitalista, essas mudanças são chamadas de “restruturação produtiva”, termo usado por outros autores, mas que nele aparece de forma concreta ao apontar os sistemas fordista/taylorista e toyotista como sendo mecanismo de reoxigenar o sistema. Ao analisar essas mudanças também observa os fenómenos políticos como o neoliberalismo, que irá enfraquecer os sindicatos, e permitir uma precarização do trabalho. No início do livro faz uso da visão de Mészáros, observa de forma geral o capital e afirma que a grande mudança no sistema a substituição do sistema de valores de uso pelo o de valores de troca1. Nesse sentido, explica nos primeiros modos de produção as pessoas trabalham em troca de seus sustentos, e assim a produção era determinada pelas necessidades humanas (sistema de mediação de primeira ordem). No início do capitalismo, a base da produção era a necessidade, e toda a relação se fazia mediante as necessidades vitais dos homens, o sentido do trabalho era o sustento. Por outro lado, o capitalismo atual trabalharia, segundo os autores, de acordo com o valor de troca por troca, sendo assim não se guia mais em produzir de acordo com as necessidades, e nem o trabalho se volta apenas para isso, as pessoas estariam preocupadas em se manter no sistema de troca (sistema de mediações de segunda ordem).
O que os autores querem dizer é que não são mais as necessidades vitais que dão vida ao capital, as mercadorias produzidas são supérfluas, e cada vez mais o sistema se reproduz a partir de capitais improdutivos.