Questão social
A literatura da sociologia do trabalho tem sido relativamente farta em estudos sobre os ambientes de trabalho, com especial ênfase nas formas como neles se tecem as relações entre trabalhadores e gerentes. Essa literatura emulou quase que desde sempre tanto com a reflexão da sociologia da empresa, como também do emprego. Trabalho, emprego e empresa constituíram-se, assim, como campos temáticos independentes. Enquanto o primeiro, o mercado de trabalho, foi tradicionalmente descrito como o lócus por excelência do estabelecimento das trocas entre compradores e vendedores de força de trabalho, enquanto o mercado de trabalho era o espaço onde contratante de trabalho e vendor de trabalho se defrontavam numa sorte de enfrentamento o mercado de trabalho exigia relacionamentos mais diversos, envolvendo troca entre firmas. Competição, mas também alianças, logo atraíram a atenção da literatura da sociologia da firma. Seja porque os limites entre manufatura e serviços passaram a se mostrar mais tênues, seja porque as estratégias gerenciais tiveram que ser crescentemente entendidas em toda sua complexidade como estratégias de produção, de gestão do trabalho. Já o mercado de trabalho seguiu por muito tempo sendo um âmbito estudado mais pelos seus resultados, por suas configurações, que pelos processos que nele tinham lugar . Os economistas habitualmente respondiam a esses desafios recorrendo às suas funções de preço e produtividade e ao cruzamento entre ambas, cuja condição de possibilidade estava ancorada no suposto da racionalidade da conduta dos agentes econômicos, assim o “x” da questão estaria em, torno do preço pela qual um vendedor qualquer aceitaria o trabalho. se as características das condições da concorrência perfeita, como transparência, permeabilidade, homogeneidade, mobilidade, entre outras, têm sido postas em questão pela moderna sociologia dos mercados, por certo elas são de duvidosa prevalência e