Questão agrária
Wanubya Maria Menezes da Silva é graduanda em Geografia pela Universidade Federal de Alagoas - Campus do Sertão
José Graziano da Silva, ao abordar a questão agrária no Brasil, nos apresenta alguns elementos históricos do recente desenvolvimento da agricultura brasileira e, como este está inter-relacionado com os resultados das condições históricas da questão agrária no país. Emergindo assim a problemática da crise agrária vivenciada pelo Brasil desde os tempos de império até a recente democracia. Apresentando-nos, por fim, uma solução para a precária condição do homem no campo brasileiro.
A história da divisão de terras no Brasil é repleta de contradições e compadrinhamentos. No início da colonização as terras brasileiras foram divididas pela Coroa em sesmarias, ou seja, grandes extensões de terras doadas a senhores já de posses, iniciando aí uma cultura fundiária e escravista no país. Negros escravos, índios e brancos que não eram senhores trabalhavam para os sesmeiros, produzindo para a principal atividade econômica da colônia, que era basicamente exportar (Açúcar, café). Porém, esses exerciam uma atividade paralela a da grande economia, cultivando alimentos para a subsistência e vendendo os excedentes na cidade, está aí a gênese da pequena propriedade. No início do século XX, com o fim do regime de Sesmarias, ocorreu uma rápida extensão desses sítios de pequenos produtores. Em meados desse mesmo século, sob forte pressão da Inglaterra, o regime escravocrata começa a declinar, o interesse desse país agora era formar um mercado comprador dos seus produtos manufaturados. Em conseqüência disso, em 1850, se constitui a Lei de Terras, onde o principal objetivo foi o de garantir que negros (agora livres) e índios não tivessem acesso a terra, visto que estas agora eram vendidas a altos preços pela coroa. Em meio a essas ações a manufatura, logo mais a indústria, ia