Questao social
I - A CONCEPÇÃO DA “QUESTÃO SOCIAL”
Não causa estranheza que a sociedade contemporânea vivencia acontecimentos os quais, por vezes, impulsionam questionamentos ávidos e com certo grau de indignação como: por onde anda justiça social? Por que as desigualdades sociais permanecem? Apesar de tanta evolução tecnológica, por que continuamos a ver tanta miséria, tanta pobreza? Será que é possível uma sociedade onde todos serão iguais? Onde aquilo que se produz será igualmente repartido? Onde não haverá distinções entre pobres e ricos? Essas são interrogações a despeito da vida cotidiana em sociedade que, talvez, já tenha povoado o pensamento de muitos.
De certa forma, a “questão social” tem se configurado como uma “problemática” (explico melhor o termo “problemática” no item 1.4) não somente brasileira, mas mundial. Que seja pelo senso comum, ou por governos e estudiosos da área sejam de “esquerda” ou “direita”, percebe-se uma preocupação centrada em discursos sobre o “fim da pobreza” e “combate às desigualdades sociais”. A violência da pobreza constitui parte de nossa experiência diária na sociedade brasileira contemporânea. Os impactos destrutivos do sistema vão deixando marcas exteriores sobre a população empobrecida: o aviltamento do trabalho, o desemprego, a debilidade da saúde, o desconforto, a moradia precária e insalubre, a alimentação insuficiente, a ignorância, a fadiga, a resignação, são alguns sinais que anunciam