Quem está fora não entra, quem está dentro não sai
A ascensão social é um dos únicos mecanismo remanescentes, na sociedade brasileira, para aumentar a renda, o que provoca um gargalo na entrada das faculdades, principalmente de direito, engenharia e medicina.
A limitação do acesso de vagas nas universidades é um problema típico de excesso de demanda sobre oferta. Se não houvesse um limite de vagas nas universidades, infelizmente não haveria compromisso por parte do poder de manter as condições adequadas de ensino.
O vestibular foi criado para limitar o número de jovens que fazem o curso superior. Quando surgiu a idéia de vestibular, foi proposto naquela ocasião que ele seria praticamente um exame final de escola secundária, com o intuito de melhorá-la.
O crescimento do número de candidatos e a estagnação do número de vagas foram os motivos fundamentais da proliferação de cursinhos. Os jovens estão desistindo de estudar no segundo grau, porque pensão “Bom, agora é só passar de ano. No cursinho é que eu vou estudar”. Criou-se um mito em torno do vestibular e em torno do cursinho, o que prejudica a educação dos jovens brasileiros. Para alguns, o cursinho é a única oportunidade de se equiparar aos alunos que fizeram os bons colégios, que puderam apenas estudar e que tiveram toda uma vida cultural rica.
Mas, quem é este vestibulando?O controle da ascensão das classes inferiores começa muito antes dos vestibulares, ele se inicia ainda na escola primária.
A massa chega ao segundo grau escolar, mas chegam praticamente analfabetos, com muita baixa cultura, pouco estímulo da capacidade de raciocínio, e pouco conhecimento, além de saírem da escola antes de terminar o curso. Ou seja, há uma falência no primeiro grau.
Os professores do segundo grau não estão trabalhando com os alunos que eles são, mas como gostariam que eles fossem. O mais grave é esse desencontro, que os leva a fazer um triste papel de reprodutores do sistema social vigente, que é