Cuidar e educar
A RELAÇÃO CUIDAR E EDUCAR NA EDUCAÇÃO INFANTIL
Autor(es)
KARINA GASPARIN
Orientador(es)
AURORA JOLY PENNA MARIOTTI
1. Introdução
Ao mencionamos Educação Infantil, ainda se tem em mente a idéia de um ambiente acolhedor, que oferece cuidados e assistência às crianças cujos pais e/ou responsáveis precisam trabalhar e contam com estes espaços para garantir o cuidado de seus filhos durante a maior parte do dia. Porém, a Educação Infantil vai além desta concepção assistencialista – herdada desde a metade do século XIX, com o surgimento das primeiras instituições de resguardo de crianças.
Nessa perspectiva, o atendimento oferecido a estas crianças era visto como “um favor oferecido” e assim, como tomada estratégica para solucionar problemas ligados à sobrevivência destas. No decorrer da história do país e, durante muito tempo, a abordagem assistencialista, com foco no cuidado, bem estar e higiene das crianças, constituía as principais funções das Instituições Infantis no
Brasil. (RCNEI, 1998)
A Educação Infantil tem-se expandido, sua consolidação tem sido sinalizada a partir do reconhecimento de sua importância pelas políticas públicas, com a criação de documentos e leis de diretrizes e bases, que fundamentam e definem parâmetros para esta etapa da formação do ser humano que, mesmo não sendo obrigatória, passou a ser direto da criança e uma conquista social.
Aos poucos, em decorrência da ampliação dos debates em torno dos espaços destinados ao atendimento das crianças e suas respectivas funções, a partir de movimentos sociais, na década de 1970, as instituições passam a ser pensadas como um espaço de educação para as crianças. (ABRAMOWICZ e WAJSKOP, 1999)
Embora a discussão quanto às funções e atribuições das Instituições de Educação Infantil (creches e pré-escolas) ocorra há muitos anos, o debate sobre estas concepções continua atual e complexo. Em 1996, a Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional, em seu art. 29, define a