quebradeira de coco
Elas são mães, donas de casa, arrimo de família, muitas com mais de 60 anos de idade, algumas já trabalharam ou ainda trabalham de roça, entre outras inúmeras qualidades. E todas têm algo em comum: elas são quebradeiras de coco e residem na região do Grande Dirceu. Assim como elas, existem milhares de outras mulheres quebradeiras de coco espalhadas por todo o mundo.
São mulheres guerreiras, que levantam de madrugada, fazem algumas tarefas de casa, pegam seu cofo feito de palha e vão para a mata catar coco babaçu em terrenos de propriedade alheia, mas com o consentimento dos donos dos terrenos. Elas só voltam para casa quando o cofo está cheio de cocos.
Em casa, depois dos serviços caseiros, lá vão elas quebrar a montanha de coco, recolhidos ao amanhecer do dia.
Depois de quebrados, os cocos vão para a panela, para serem torrados. Depois de torrados, os cocos vão para o moinho e voltam para a panela, para serem cozidos e retirado o azeite de coco, tão apreciado por grande parte da população nos tradicionais pratos típicos.
A casca do coco, depois de quebrado, é aproveitada para fazer carvão. O azeite é comercializado a baixo custo e revendido em comércios da região do Grande Dirceu e para consumidores que vão ao povoado buscar o produto direto da fonte. É assim a vida das quebradeiras de coco.
Algumas delas vivem na região da Usina Santana, na zona Sudeste, mais precisamente no povoado Nova Olinda. Todas têm vida difícil, algumas são aposentadas, mas nem por isso deixaram de trabalhar na roça ou como quebradeiras de coco para aumentar a renda familiar.