quebradeiras de coco no maranhao
Introdução
A construção da identidade das quebradeiras de coco babaçu está marcada pelo significado do uso do território e por formas particulares de organização desse grupo camponês. Neste artigo procuramos expor algumas das características do processo de mobilização política das quebradeiras de coco babaçu na região do Médio Mearim, no Maranhão.
Conteúdo: A atividade de coleta e quebra do coco babaçu, no Médio Mearim, passou por várias mudanças, que corresponderam tanto a transformações de caráter produtivo e organizacional, próprios da movimentação das famílias das quebradeiras de coco, quanto a interesses de caráter comercial/econômico de órgãos governamentais e não-governamentais.
Já em 14 de março de 1957, através do decreto nº 41. 150 do governo federal, foi criado o Grupo de Estudos do Babaçu que, para Valverde (1957: 3), tinha a finalidade de apresentar, “fundamentalmente, sugestões para o desenvolvimento da produção de babaçu em curto prazo”. Observa-se nisso, um destaque ao tipo de preocupação que o poder público (através do uso estratégico do saber) almejava com a tentativa de estudar e, para eles, “racionalizar” o extrativismo do babaçu:
Realmente, o babaçu [...] é uma palmeira que representa uma riqueza digna da tôda a atenção pelos poderes públicos, dadas as suas inúmeras utilidades. Dela são extraídos, hoje em dia, sobretudo o óleo empregado nas indústrias de comestível e de sabão, e a torta para a alimentação do gado. Poderão ser também obtidos por processo industriais diversos, a glicerina, um sucedâneo de chocolate, o pixe, o carvão ativado (para descorante), combustível (como lenha ou matéria-prima para coque ou gasogênio), plásticos, capachos e escôvas grosseiras (das fibras). A produção local utiliza as fôlhas e o caule do babaçu como material de construção das casas pobres, e o palmito para alimentação do gado, especialmente dos porcos, e também