Quatro Bilhetes

CALLIGARIS, Contardo. Quatro bilhetes. In:______. Cartas a um jovem terapeuta: reflexões para psicoterapeutas, aspirantes e curiosos. 8ª ed. Rio de Janeiro: Elsevier, 2004. cap. 2, p. 19-30.

BILHETE 1 Este bilhete é uma provocação ao autor, nele é questionado se não haveria algum “desvio” que impediria alguém de se tornar psicoterapeuta. Poderia um travesti ser psicoterapeuta? E ele próprio iria a um terapeuta travesti? Para o autor o que importa na escolha de um terapeuta é a confiança seja ela proveniente de um rosto que parece confiável ou até um consultório bacana. Depende de quem procura um terapeuta aceita-lo ou não independente do motivo.
BILHETE 2 Neste bilhete a pergunta é sobre pedofilia, seria esse um limite? Nesse caso o autor diz que o pedófilo fantasia com o domínio sobre o outro, principalmente pelo saber, pois uma criança pouco entende o que está sendo feito com o seu corpo. Nesse sentido essa fantasia não é compatível com o que se espera de um psicoterapeuta. Um paciente supõe que o terapeuta sabia mais sobre sexo e desejo do que ele, o que causaria uma dependia do paciente se esse terapeuta se aproveita-se dessa premissa para realizar sua própria fantasia.
BILHETE 3 A pergunta agora é: qual o limite do autor? Há limites considerados universais? Algum paciente que nenhum psicoterapeuta deveria atender? O limite está ligado a estória pessoal de cada um, porém para o autor talvez o limite universal esteja em não ter o que “propor a quem (burocrata, militante ou crente) consegue agir e perpetrar pequenos ou grandes horrores sem que sua subjetividade esteja envolvida”, ou seja, aquela pessoa que se dizem movidas por ordens recebidas ou pelo que manda sua fé por exemplo. p 26-27
BILHETE 4 A questão agora é: dentre os traços de personalidade de um psicoterapeuta é aceitável mexer com a vida dos outros, ensiná-los ou influenciá-los? O autor coloca que é melhor para o terapeuta que este não tenha uma tendência pedagógica. A função do