Quanto a linha de ação do analista
(Novas Recomendações Sobre a Técnica da Psicanálise III)
NITERÓI
2013
O texto “Observações sobre o amor transferencial” se refere ao fato, comprovado pela prática, de que pacientes se apaixonam pelos terapeutas. Os argumentos explicitados têm por objetivo registrar como deve ser pensada e aplicada a técnica analítica em oposição ao senso comum, recheado de valores morais.
Para um psicanalista, a dificuldade da análise se encontra em lidar com as transferencias feitas pelo paciente. Como lidar com uma paciente se enamora pelo médico que o esta analisando. O tratamento de um paciente enamorado é de difícil desenvolvimento, pois ele perde toda compreensão e interesse pelo tratamento, pensando somente na correspondência de seu amor. Abandona e não presta atenção em seus sintomas. Tem uma ilusão de que se curou e que não precisa mais do tratamento. Cabe ao médico livrar-se desta ilusão, pois tudo o que interfere no desenvolvimento do tratamento, pode ser a expressão de uma resistência: quando a análise está chegando a um ponto reprimido do paciente, a resistência usa do amor afim de atrapalhar a continuação do tratamento, colocando o analista em situação difícil, desviando o interesse do paciente.
O amor transferencial deve ser visto pelo médico, como induzido pela situação analítica, sendo intensificado pela resistência, não tendo nenhuma ligação com outra pessoa. Já o paciente tem duas alternativas: abandonar o tratamento ou aceitar o enamoramento pelo médico.
Se o paciente deixa a análise por conta da transferência, posteriormente fará uma segunda tentativa com outro médico, e a transferência voltará a ocorrer por quantos médicos passar. Frente a indecisão do paciente e de sua família, o analista deve mostrar-se indispensável para o tratamento psicanalitico do paciente.
Caso o médico aceite o enamoramento do paciente, criará obstáculos difíceis de superar no futuro em relação ao