Psyché
Universidade São Marcos psique@smarcos.br ISSN: 1415-1138
BRASIL
2002
Claudio Castelo Filho
A GRADE DE BION
Psyché, año/vol. VI, número 009
Universidade São Marcos
São Paulo, Brasil pp. 75-92
A Grade de Bion
Claudio Castelo Filho
Resumo
Este trabalho faz uma síntese das idéias do autor a respeito da Grade, instrumento criado por Bion, na tentativa de estabelecer uma linguagem comum para psicanalistas praticantes, equivalente àquilo que a tabela periódica (e os elementos nela representados) é para químicos. Bion observou que os relatos fatuais de sessões e experiências clínicas dificilmente comunicam o que realmente interessa ser reconhecido e comunicado em Psicanálise: a experiência emocional de uma determinada vivência e sua função naquele momento. Busca o registro de uma experiência emocional e não dos eventos sensoriais. A
Grade é uma tentativa de construir um instrumento de comunicação entre analistas e do analista para si mesmo. Também é um instrumento para desenvolver a intuição do analista fora dos atendimentos.
Unitermos
Elementos de Psicanálise; objetos psicanalíticos; continente/contido; experiência emocional; Grade.
a minha experiência didática e de conversas com colegas psicanalistas, que não conhecem ou não costumam trabalhar com o vértice psicanalítico que se desenvolveu a partir dos trabalhos de Wilfred Bion, surgiu a necessidade de sintetizar as principais idéias que dizem respeito à Grade. A
Grade é um instrumento de trabalho proposto por Bion, como vou explicitar adiante, com a função de auxiliar a tarefa de psicanalistas praticantes, mas é também algo que, de certa forma, organiza as suas principais contribuições.
Para dizer o que seria a Grade – pergunta que é inevitável durante os cursos que ministro, ou em conversas com colegas psicanalistas que não estão familiarizados com Bion, ou mesmo com colegas que trabalham com esse enfoque
– faz-se necessário ter uma noção de praticamente toda a obra desse