O filme “A Letra Escarlate” narra a história da jovem Hester Prynne, uma mulher que ao se mudar da Inglaterra para os Estados Unidos no século XVII, se depara com uma sociedade de valores e princípios morais autoritárias. Casada com um médico inglês que é dado como morto após o naufrágio de seu navio, Hester Prynne se apaixona por Arthur Dimmesdale, um reverendo que nutre por ela o mesmo sentimento. Como fruto desse relacionamento, Hester concebe uma filha ilegítima, chamada Pearl. A jovem então começa a ser repreendida, sendo obrigada a conviver com humilhações e xingamentos diários distribuídos pela população extremamente religiosa. Ao analisar o filme sociologicamente, pode-se constatar alguns elementos propostos por Émile Durkheim ao discorrer sobre os fatos sociais e a sociedade como a coercitividade, generalidade, exterioridade, solidariedade, consciência entre outros conceitos. Vale ressaltar que a coercitividade trata-se da força dos padrões sociais de um determinado grupo, a qual chega a ser tão intensa a ponto de obrigar os indivíduos desse grupo a seguir esses padrões, e se não os cumprirem estarão sujeitos a punições. Já a exterioridade mostra que tais padrões culturais não estão no indivíduo, mas vêm de fora, partindo da sociedade em que ele vive. E, a generalidade é marcada pelo fato desses padrões não serem particulares a uma única pessoa, mas a todo grupo, ou seja, todos os membros do grupo ou sociedade devem seguir tais padrões. Nota-se no filme que logo ao chegar sozinha a cidade, Hester Prynne já surpreende a todos pela sua independência em relação a seu marido. Mulher forte e destemida, já se diferenciava pela sua vestimenta com longos decotes e rosto a mostra. Caracterizava-se por ser uma mulher que não era submissa e tinha vastos conhecimentos, conhecimentos tais que naquele tempo, só poderiam ser adquiridos por homens. Assim, não aceitava qualquer tipo de argumento, chegando até mesmo a rebatê-los com suas próprias