QUALIDADE DO LEITE, CÉLULAS SOMÁTICAS E PREVENÇÃO DA MASTITE
Tadeu dos Santos et al. – Maringá : UEM/CCA/DZO – NUPEL, 2002. 212P. Toledo – PR, 29 e 30/08/2002.
Artigo encontra-se nas páginas 206-217.
QUALIDADE DO LEITE, CÉLULAS SOMÁTICAS
E PREVENÇÃO DA MASTITE
Prof. Dr. Ernst Eckehardt Müller
Departamento de Medicina Veterinária Preventiva
Centro de Ciências Agrárias
Universidade Estadual de Londrina
Qualidade do leite e células somáticas
O sistema agro-industrial do leite, devido a sua enorme importância social, é um dos mais importantes do país. A atividade é praticada em todo o território nacional em mais de um milhão de propriedades rurais e, somente na produção primária, gera acima de três milhões de empregos e agrega mais de seis bilhões ao valor da produção agropecuária nacional. Três importantes fatores marcaram o setor leiteiro nacional, principalmente na última década: o aumento da produção, a redução do número de produtores e o decréscimo dos preços recebidos pelos produtores (VILELA et al., 2002).
O Brasil é o sexto maior produtor de leite do mundo, com cerca de 21 bilhões de litros/ano, segundo dados do Departamento de Agricultura dos Estados
Unidos (USDA) de 1998, apresentando uma evolução média de 3,3 % ao ano no período de 1980 a 1998, com destaque para os anos de 1995 e 1996, em que o crescimento da produção foi de nove e 11%, respectivamente (GOMES, 2001).
O Paraná é o quinto maior produtor nacional, com 1,85 bilhões de litros, após Minas Gerais, Goiás, Rio Grande do Sul e São Paulo, respondendo por
8,42% da produção nacional. A média de produção paranaense é ligeiramente superior à nacional (1.418 L/vaca/ano), mas ainda considerada baixa, em função do grande número de vacas ordenhadas. A legislação vigente no país, sobre normas e padrões de qualidade, é totalmente ultrapassada e aliada a um sistema
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de inspeção sanitária pouco eficiente criou uma