quadro a quadro
Evandro Perotto
Professor do curso de Desenho Industrial da UnB
Considerações sobre necessidade e objetivos de identidade visual
Durante a década de 90 pode-se perceber de maneira nítida uma tendência na produção simbólica da sociedade que, pela sua magnitude e implicações, evidenciou um fenômeno muito mais complexo do que se poderia supor a um primeiro olhar. Assistimos a um espantoso crescimento de complexos e estruturados sistemas de identidade visual, construídos a partir de definições de mercado e que têm sido considerados em nível de decisões estratégicas das empresas. Este fenômeno se acentuou simultaneamente à tendência de subjetivação das comunicações e ambos têm se consorciado no estabelecimento de novas relações de troca, modificando o contexto sócio-econômico e cultural. De modo bastante sutil, essas alterações dos conteúdos e da ideologia das comunicações têm reflexos nos modos de percepção dos sujeitos sociais e de suas identidades e representações. Mesmo as organizações governamentais e não-governamentais de caráter social, que em princípio não se regem por condicionantes de mercado, incorporam tais preceitos às suas práticas de comunicação. Hoje, o espaço da comunicação está realçando os sinais de identificação e representação dos sujeitos como a mensagem prioritária.
No contexto atual, os sujeitos são construídos principalmente por processos comunicacionais, onde os sinais de sua identidade têm assumido papel preponderante nas mensagens. Por questões de natureza e funcionalidade da linguagem visual, as identidades estão sendo configuradas principalmente por mensagens estético-visuais, com elementos visuais estruturados em sistemas sinérgicos que cada vez mais sedimentam significados e relações simbólicas, por processos ainda pouco compreendidos.
A existência desse indivíduo social contemporâneo é marcada, sobretudo, pela sua visibilidade no contexto.
Existir socialmente