Em seu texto, Putnam começa endagando questões referentes aos dilemas causados pela coletividade. Esses impasses são exemplificados em 5 parábolas: A primeira por David Hume, onde dois produtores de milho iriam obter benefício mútuo no auxílio recíprioco na coleta da safra, porém não o fazem por não esperarem uma reciprocidade. Putnman, então, trata a “incapacidade de cooperação” não como algo irracional, mas proveniente de um “pensar o coletivo” como algo “infrutífero”. Dando continuação, Putnman cita 4 outros exemplos A racionalidade se dá em âmbito individual em todos os exemplos, os impasses da vida em coletividade, por possuírem caráter interpessoal, gera o medo da deserção e, por tanto, a insegurança da ação em coletividade como solução para problemas pessoais através da cooperação. Esse dilema não deriva de malevolência ou misantropia, embora seu triste desfecho possa despertar tais sentimentos. Mesmo que nenhuma das partes queira prej udicar a outra, mesmo que ambas estej am condicionalmente predispostas a cooperar - se você fizer, eu faço -, não há garantia de que ninguém irá "roer a corda", se não houver um compromisso que possa ser cobrado. Após esse raciocínio, Putnman volta a Hobbes, tratando da ideia da intervenção de um terceiro nas relações inter-pessoais. O estado seria um mediador dos conflitos, estabelecendo coerção entre as partes e determinando condutas e garantias para além do simples convívio comunitário. Essa solução será questionada posteriormente no texto por Putnman, pois o estado deveria ser um agente imparcial. O maior problema, porém, é que a coerção imparcial é em si mesma um bem público, estando sujeita ao mesmo dilema básico que ela busca resolver. A coerção de um terceiro exige que este seja confiável, mas que força garante que o poder soberano não irá "desertar"? Por tratar-se de um estudo sobre a Itália, a experiência histórica da monarquia acaba por servir de um exemplo histórico de desconfiança