Mito
Pensemos primeiramente nas interpretações do mito. Se tomamos a caverna como uma metáfora para a ignorância, as sombras projetadas na parede são as ilusões ou visões superficiais que possuímos da realidade. O prisioneiro que sai da caverna e enxerga a luz é o filósofo, que busca o conhecimento como libertação. Não é preciso entender filósofo apenas como aquele que trabalha diretamente com a filosofia e suas teorias, podemos adotar uma classificação mais generalizada: o homem que pensa, que reflete sobre as coisas e desenvolve um pensamento crítico. O homem que lê.
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‘A caverna’ é um dos livros de Saramago que fala sobre esta alegoria
José Saramago, em uma entrevista, declarou: “Hoje é que estamos a viver, de fato, na Caverna de Platão, pois as imagens que nos são mostradas da realidade, de certa maneira, substituem a realidade”. O escritor português faz uma crítica à linguagem audiovisual, dominante na contemporaneidade. Se não tomamos o cuidado de filtrar aquilo que assistimos, podemos acabar acreditando nas sombras dos objetos e ficando presos na caverna. Se não procuramos ler, debater, refletir, ouvir pontos de vista diferentes, ficamos limitados à escuridão da nossa própria ignorância.
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