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Dentre as diversas teorias que surgiram nas duas últimas duas décadas, destaca-se aquela desenvolvida inicialmente por Robert Putnam, que é chamada de Teoria dos Jogos de Dois Níveis. Seu esforço inicial destina-se a identificar o padrão comportamental dos negociadores internacionais, buscando mapear as principais pressões que atuam sobre ele e que, de alguma forma, podem interferir em seu processo de tomada de decisões.
Neste sentido, o negociador internacional deve canalizar um conjunto de pressões domésticas e compatibilizá-las com o espaço de manobra no cenário internacional. Para melhor compreender-se o papel desempenhado por esse negociador, costuma-se compará-lo com um porteiro, a quem cabe decidir o que pode entrar e o que pode sair.
Tal linha teórica é importante na medida em que recupera a idéia, ainda muito presente nos estudos de relações internacionais, em face da força da ortodoxia na área, de que não é possível fazer uma separação total entre o nível doméstico e o internacional. Há um continuidade entre estes dois níveis, que não só apresentam uma mútua interferência, como também, e sobretudo, são construídos conjuntamente.
A despeito deste importante ponto levantado, a perspectiva teórica dos Jogos de Dois Níveis ainda enfrenta algumas dificuldades operacionais quando seu esquema analítico é aplicado à realidade, na medida em que não é possível reduzir o tomador de decisão (o "porteiro") a uma só pessoa ou mesmo