Putas, escravos e garanhões
UNIVERSIDADE FEDERAL DE SERGIPE
SOCIOLOGIA I
São Cristovão/SE
2012
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UNIVERSIDADE FEDERAL DE SERGIPE
Entendimento do Livro: “Putas, escravos e garanhões” de Loïc Wacquant.
São Cristovão/SE
2012
Entendimento do Livro: “Putas, escravos e garanhões de Loïc Wacquant
O artigo baseia-se em 35 meses de trabalho de campo etnográfico e aprendizagem em uma academia de boxe situada no gueto de Chicago, buscando explicar como os lutadores profissionais percebem e expressam o fato brutal de serem mercadorias vivas feitas de carne e sangue, e como eles se reconciliam praticamente com a ferocidade da exploração de uma maneira que lhes permite preservar um lucro de integridade pessoal e finalidade moral.
Uma noção que costuma ser usada por críticos do boxe profissional é a de que os boxeadores são ingênuos, crédulos, equivocados ou mal informados a respeito da verdadeira natureza de sua ocupação, em suma, simples marionetes (ou bobos) nesse “show business sangrento” ao qual dedicam bons pedaços de suas vidas e de seus corpos.Contudo o autor desmistifica esta noção afirmando que, na verdade, os boxeadores profissionais são extremamente conscientes quanto ao fato de terem entrado em um universo de exploração desenfreada em que a mentira, a manipulação, e ocultação dos fatos e os maus tratos são a regra, e em que os danos ao corpo e o desmantelamento da vida pessoal são consequências normais de trabalho.
Os lutadores são unânimes em afirmar que esse jogo está cheio de “empresários ladrões”. A consciência que o boxeador tem da exploração é expressa através de três idiomas aparentados. O da prostituição, o da escravidão e o da criação animal. O primeiro aproxima a dupla empresário-lutador daquela formada pela prostituta e pelo cafetão; o segundo retrata o ringue como uma plantation e os