Psiquiatria infantil
CONSENSO BRASILEIRO DE ESPECIALISTAS
SOBRE
DIAGNÓSTICO DO TRANSTORNO DE DÉFICIT
DE ATENÇÃO / HIPERATIVIDADE EM ADULTOS (TDAH)
Coordenador:
Paulo Mattos
Autores:
André Palmini
Carlos Alberto Salgado
Daniel Segenreich
Eugênio Grevet
Irismar Reis
Luiz Rohde
Marcos Romano
Mário Louzã
Paulo Abreu
Paulo Mattos
Pedro Lima
INTRODUÇÃO
A existência da forma adulta do Transtorno do Déficit de Atenção com
Hiperatividade (TDAH) foi oficialmente reconhecida pela Associação Americana de
Psiquiatria em 1980, por ocasião da publicação do DSM-III (Diagnostic and
Statistical Manual, 3rd edition). Ainda hoje, não obstante, esta condição freqüentemente persiste controversa no meio médico, com critérios diagnósticos discutíveis e fronteiros ainda incertas; assim, este diagnóstico é raramente realizado, persistindo o estereótipo de um transtorno acometendo meninos hiperativos que apresentam desempenho escolar inadequado.
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HISTÓRICO
O termo Reação Hipercinética da Infância (como aparecia na DSM-II em 1968) implicava que o transtorno dizia respeito a psiquiatras da infância e a inclusão do diagnóstico do TDAH em todas as subseqüentes revisões (DSM-III em 1980,
DSM-IIIR em 1987 e DSM-IV em 1994) no capítulo “Transtornos da Infância” contribuiu para reforçar o conceito de tratar-se de uma enfermidade restrita à infância. Entretanto, mesmo que de forma pouco incisiva, o texto da DSM-IV reconhece que em alguns casos o transtorno possa persistir até a vida adulta. O termo híbrido “hiperatividade”, metamorfoseado do termo grego “hipercinese” e correspondente ao termo latino “superatividade” (o correto) atingiu ampla divulgação nos meios médico e laico a partir da década de 70. Acreditava-se à época que a melhora da hiperatividade e impulsividade ao final da adolescência corresponderiam à remissão da enfermidade1.
A publicação da DSM-III em 1980 não só revolucionaria a visão médica acerca do
TDAH introduzindo a nomenclatura que persiste até