estudante
Gabriela Meira
“[...] o sonho nazista de criar através de pureza e sacrifício um mundo mais harmonioso. O Nazismo alertava sobre um mundo prestes a ruir que ameaçava mergulhar a terra na escuridão eterna. Os Nazistas diziam conhecer a origem da ameaça e se responsabilizaram por erradica-la.”
(do documentário Arquitetura da Destruição)
Este texto procura fazer uma análise do documentário Arquitetura da Destruição que possui como tema central a produção dos anormais e o papel da arte neste processo. Como fonte de análise foram escolhidos três aulas presentes no livro Os Anormais – 22 de Janeiro de 1975, 05 de Março de 1975 e 19 de Março de 1975em que Foucault desenvolve o rascunho da genealogia do anormal, baseado em três elementos: o monstro humano, o masturbador e a criança indócil ou indivíduo incorrigível. Cada aula centra-se em um desses elementos. Iniciarei pelo monstro humano, o mesmo que Foucault inicia por motivos cronológicos que cooperam para a compreensão dessa genealogia já que o surgimento do anormal confunde-se com o surgimento da psiquiatria e de sua conquista como ciência médica.
Quem é o monstro? Onde encontramos o monstro? O monstro é aquele que aparece em historias, mitos, e que por castigo ou maldição perdeu sua forma humana, tornando-se algo entre o humano e o animal. Sua definição têm como referência a natureza e a sociedade, e a condição jurídica de sujeito que une estas duas no momento histórico em que o autor escolhe para a análise, séculos XVIII e XIX. Assim como a natureza baseiase em leis naturais às quais regem seu funcionamento harmônico, a sociedade humana pauta-se em suas leis sociais, sendo assim, o sujeito é o ser que estas duas instâncias absorvem por pertencer á natureza tanto quanto à sociedade. Neste contexto o monstro humano é a quebra da lei. De todas elas, tanto no sentido natural como no social. A mostra da natureza de sua própria infração. Ele concentra em si