Psicólogo e inclusão
A inclusão social veio da necessidade de criar condições para que as pessoas com deficiência desfrutem ao máximo a autonomia na sociedade. Na classe médica a deficiência mental é descrita por uma incompetência e limitações do funcionamento biológico, da racionalidade e do controle comportamental. Assim sendo, são condições que não encontrarão solução medicamentosa, mas que podem ser melhoradas em seus aspectos psicológicos e emocionais. As pessoas com Síndrome de Down possuem muitas características que se assemelham, principalmente no que se refere ao desenvolvimento motor e na dificuldade nos processos de aquisição de informações, mas possuem algo que as diferencia de todas as outras: suas particularidades. A visão biomédica é limitante e estigmatizadora se o foco for a deficiência. Ao nascer, a criança com deficiência não tem a mesma liberdade de descobrir a si mesma, dependendo da atitude de seus pais de permitirem que explorem o mundo, que desenvolvam ao máximo suas capacidades, que explorem seus sentidos, pois essa estimulação que vai permitir que se integrem aos poucos ao meio-ambiente e à vida social. Ao atuar com uma pessoa deficiente percebemos o quanto esses sujeitos estão excluídos e estigmatizados na sociedade, esquecemos de vê-los em suas particularidades, com suas características pessoais. Devemos então refletir sobre a posição social dessas pessoas, devemos compreendê-los como pessoas com capacidade para participar do contexto social onde vivem, podendo ser sujeitos ativos dos processos do seu meio. Partir dessa idéia de inclusão depende também de garantir que essas pessoas tenham acesso aos serviços, o que também vai depender do grau de comprometimento da deficiência. As diferenças existem e não podem ser negadas. Afirmar que ela existe é ter uma atitude favorável ao universo do outro, não é sentir pena ou dar uma atenção excessiva, mas sim perceber as potencialidades dessa pessoa, vê-la