PSICOMOTRICISTA
O pensamento em relação à identidade nacional brasileira sofreu diversas mudanças em seus conceitos e ideais desde o Padre Antonio Vieira até os dias atuais, porém, durante o final do século XIX e até um pouco depois da metade do século XX, houveram pensadores de variadas casas de pensamento e arte que buscaram por meio de suas obras mudar esses conceitos e tornar, de fato, uma identidade nacional a qual não fosse um espelho da Europa, ainda que muito vinculada a esta.Porém, já era perceptível um começo de construção de um novo modelo de identidade, ainda que em moldes exógenos, mas de cunho intelectual-nacional, mostrando que um sentimento de nação já se fomentava pelo país, necessitando agora – e é o que será trabalhado pelos pensadores e demiurgos – de uma maior igualdade racial para fortalecer esse sentimento.
Começamos com Euclides da Cunha(1866-1909) - pertencente a uma escola pré-modernista que valorizava as tradições interioranas - e sua principal obra onde se baseia todo o seu pensamento: Os Sertões. De início, Euclides percebe a complexidade de raças existentes no Brasil e suas miscigenações (que falaremos mais ao longo) , afirmando que o caso brasileiro era especial, onde as principais raças (negro, índio e branco) variaram demais em diversos pontos do território – que também ajudavam a diferenciar e formar os seres de cada localidade,uma vez que o tempo e o clima eram diretamente ligados a característica do indivíduo - fazendo-o chegar a conclusão que o brasileiro não possuía e nem viria a possuir um tipo antropológico. Essa miscigenação, que era baseada nas teorias cientificistas europeias, aplicadas a realidade brasileira, levou o autor a acreditar que os mestiços do litoral eram inferiores aos do sertão, uma vez que os do litoral sofriam com a influência estrangeira que era prejudicial, um retrocessoevolutivo, e por isso desequilibrados na visão mundana. Diferentemente dos mestiços do sertão, que