O CAMPO E A ABORDAGEM ANTROPOLÓGICOS 

1661 palavras 7 páginas
O CAMPO E A ABORDAGEM ANTROPOLÓGICOS 

O homem nunca parou de interrogar-se sobre si mesmo. Em todas as sociedades existiram homens que observavam homens. (...). Mas o projeto de fundar uma ciência do homem - uma antropologia - é, ao contrário, muito recente. De fato, apenas no final do século XVIII é que começa a se constituir um saber científico (ou pretensamente científico) que toma o homem como objeto de conhecimento, e não mais a natureza; apenas nessa época é que o espírito científico pensa, pela primeira vez, em aplicar ao próprio homem os métodos até então utilizados na área física ou da biologia.
(...)
A antropologia acaba, portanto, de atribuir-se um objeto que lhe é próprio: o estudo das populações que não pertencem à civilização ocidental. Serão necessárias ainda algumas décadas para elaborar ferramentas de investigação que permitam a coleta direta no campo das observações e informações. Mas logo após ter firmado seus próprios métodos de pesquisa - no início do século XX - a antropologia percebe que o objeto empírico que tinha escolhido (as so­ciedades "primitivas") está desaparecendo; pois o próprio universo dos "selvagens" não é de forma alguma poupado pela evolução Social. Ela se vê, portanto, confrontada a uma crise de identidade.
1) O antropólogo aceita, por assim dizer, sua morte, e volta para o âmbito das outras ciências humanas. Ele resolve a questão da autonomia problemática de sua disciplina reencontrando, especialmente a sociologia, e notadamente o que é chamado de "sociologia comparada".
2) Ele sai em busca de uma outra área de investigação: o camponês, este selvagem de dentro,: objeto ideal de. seu estudo, particularmente bem adequado, já que foi deixado de lado pelos outros ramos das ciências do homem.1 3) Finalmente, e aqui temos um terceiro caminho, que inclusive não exclui o anterior (pelo menos enquanto campo de estudo), ele afirma a especificidade de sua prática, não mais através de .um objeto empírico constituído (o

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