Psicomotricidade
Deborah Christina Antunes, UFSCar Antônio Álvaro Soares Zuin, UFSCar deborahantunes@yahoo.com.br Resumo: A violência tem sido amplamente discutida nos tempos atuais. Dentro ou fora do ambiente acadêmico, e ajudado pela mídia, ela aparece como uma novidade contra a qual a sociedade precisa se impor. Um exemplo, que alias é o objeto sobre o qual se pretende realizar as análises aqui, é um tipo de violência cujo estudo, com esse rótulo, se iniciou nos anos 1970 na Noruega: bullying. O impacto que esse “novo” conceito tem trazido para o Brasil a partir no início deste século tem resultado no questionamento por seus determinantes e por soluções imediatas, e a maioria dos trabalhos brasileiros sobre o tema vai à direção do diagnóstico a partir da referência estrangeira. No entanto aquilo que parece uma novidade, quando analisado com alguma atenção, revela-se muito próximo do que outrora foi denominado preconceito pelos autores da Escola de Frankfurt. Preconceito que existindo em culturas pretensamente democráticas ou abertamente autoritárias, proporciona e é proporcionado pela barbárie cotidiana, além de estar na base do próprio nazismo. A partir dessa constatação inicial, o objetivo deste estudo, com base tanto nos trabalhos sobre o bullying, nacionais e internacionais, quanto no estudo do conceito constelacional frankfurtiano de preconceito, é analisar em que medida pode-se de fato considerar que ambos tratam do mesmo fenômeno, e, em que outra medida são conceitos epistemologicamente opostos, estando o primeiro a favor da ideologia, e o segundo, da emancipação. Bullying é conceituado como um conjunto de comportamentos agressivos, físicos ou psicológicos, como chutar, empurrar, apelidar, discriminar e excluir, que ocorrem repetitivamente, sendo que um grupo ou alguém com mais força, vitimiza um outro que não consegue encontrar maneiras eficazes de se defender. Tais comportamentos são