Psicomotricidade
1.1 Psicomotricidade
Segundo Levin (2004) o termo “psicomotricidade” surgiu no final do século XIX, a partir de um discurso médico, para nomear zonas situadas além das regiões “motoras”, porém, a psicomotricidade começa desde que o homem é humano, ou seja, desde que o homem fala, já que desse instante falará de seu corpo.
A Associação Brasileira de Psicomotricidade define psicomotricidade como sendo “A ciência que tem como objeto de estudo o homem através do seu corpo em movimento e em relação ao seu mundo interno e externo”.
Levin (2004) e Costa (2003) afirmam que a história da psicomotricidade relaciona-se profundamente com o conhecimento do corpo, do dualismo entre corpo e alma, onde seu nascimento ocorre no momento em que o corpo deixa de ser carne e passa a se tornar um corpo falado. René Descartes estabelece princípios que acentuam esse dualismo definindo o corpo como “uma coisa externa e que não pensa”, e a alma como sendo a substancia pensante que “não participa de nada daquilo que pertence ao corpo”.
Com um enfoque eminentemente neurológico é nomeada pela primeira vez em 1870 a palavra psicomotricidade após descobertos “distúrbios de atividade gestual” sem que haja uma relação anatômica a uma área ou parte do sistema nervoso. Nesse contexto é que surge a psicomotricidade com o intuito de explicar certos fenômenos clínicos (LEVIN, 2004). Segundo Levin (2004), PICQ e VAYER (1988) E. Dupré é o primeiro neurologista a abordar em seus estudos clínicos o termo “síndrome da debilidade motora” é ele quem confirma em suas pesquisas a independência da debilidade motora de um possível correlato neurológico, ou seja, não as atribuindo a danos ou lesões extrapiramidais. E. Dupré (apud Levin, 2004) define síndrome da debilidade motora como: “... um estado patológico congênito da motilidade, freqüentemente hereditário e familiar, caracterizado pela exageração dos reflexos tendinosos, perturbação do reflexo da planta do pé, sincinesia,