Psicologo Social
O estudo do envelhecimento no domínio das Ciências Humanas é recente, sobretudo no Brasil onde apenas nos últimos anos começam a surgir trabalhos científicos sobre este tema nas áreas da Psicologia, Sociologia etc. A população idosa (com mais de 65 anos), entretanto, cresce significativamente no pais. Em 1991, a população com mais de 65 anos já representava 4,61% da população brasileira (IBGE,1993).
O envelhecimento humano é, antes de tudo, um processo biológico, logo, natural e universal. O homem, como os outros animais, passa por um contínuo processo de desenvolvimento que o leva necessariamente à velhice e à morte. No entanto, ele se diferencia dos outros animais por uma série de características, entre as quais pode-se destacar o fato de que ele é ao mesmo tempo produtor e produto de uma sociedade, de uma cultura e que tem a consciência de si enquanto ser finito, isto é, ele tem consciência de seu processo de envelhecimento e de sua própria morte.
A velhice é também uma convenção sócio-cultural sendo, conseqüentemente, representada de modo diverso nas diferentes culturas. Segundo Diop (1989), em alguns países da África os idosos têm ainda um papel de prestígio na medida em que são responsáveis pela salvaguarda dos valores tradicionais, eles são os "guardiões da herança coletiva". No Brasil, sobretudo nas zonas urbanas, há, no mínimo, uma grande ambivalência com relação aos velhos. Se, por um lado, acentua-se o respeito, a experiência e a sabedoria dos sujeitos idosos, por outro lado é a juventude, a força física, a saúde e o novo que merecem a valorização social. Deste modo, a velhice parece ser representada como decadência, inutilidade, logo, desvalorização do ponto de vista social. Não parece haver lugar para os sujeitos idosos, nem papéis sociais que possam mantê-los como sujeitos e cidadãos.
A idade torna-se, assim, ao mesmo tempo, uma realidade biológica e uma convenção sócio-cultural, onde a cada etapa do