teatro peca teatral eros e psique
Mas Nietzsche diria que um homem não (sobre)vive sem se iludir.
Você deveria engolir os erros e chorar. Você deveria saber, como eu sei, que nós nunca existimos. Que a única coisa que nós fizemos foi nos inventar.
Eu te amo é uma frase forte, mas é uma frase de efeito. Nos dias de maresia, quando as butucas de cigarro no meu cinzeiro não eram tão melancólicas, eu pensava: somos tão sortudos por não precisarmos desse drama. Mas nosso drama só foi impreciso e nada mais. Engano meu. Precisávamos sim. Precisávamos nos amar, eu precisava que você me fizesse sofrer, que eu te xingasse, que eu te odiasse, precisávamos de um pedido de desculpas, de um amante, de uma traição qualquer. Eu precisava olhar a foto de outra pessoa, me sentir atraído por ela e me sentir imundo por saber que eu te amava e não poderia ser dono da minha carne. Mas não, eu simplesmente colei o seu rosto em todos os pecados. E pecado por amor, deus não castiga. Eu precisava estar lá quando você me virasse as costas, mas eu nunca estive em lugar nenhum onde você não estivesse também.
Eu quero olhar pra trás e pensar: “então foi isso o que nós deixamos pra trás, um amor bonito, mas agora foi, que se dane".
não, porque não existimos. eu sou algo parecido com o céu algo parecido com a imensidão e algo parecido com um vazio um vazio só ocupando toda a vida
Mas você sabe. A vida é irônica. A vida é uma metáfora e um romance não escrito. Uma vingança maldita. Você sabe. Ou melhor, você não sabe. E dói. Dói ser tão covarde a ponto de me mostrar só pelo lado não desenhado. Pelo papel em branco. É mais seguro, não? É mais seguro quando se fecha os olhos. Mas abra, por favor. Abra e veja o que você destruiu por simplesmente não chegar a tempo. Olhe o que fizemos pela falta de amar um ao outro. E se culpe, em nome de toda a tua futilidade sagrada. Só quando você disser que nunca me amou, eu vou ter certeza que houve amor.
Eu digo que um pedaço da minha existência