Psicologia
Em busca do equilíbrio.
A sexualidade, ao longo da história, está vinculada a tabus, alguns mais liberais, outros mais moralistas, dependendo do período histórico e da sociedade ou grupo social. Registro mais liberais, como os escritos da poetiza grega Safo de Lesbos, e mais ortodoxos, como os documentos que normatizavam a inquisição, podem ser encontrados na história.
Temos que entender os tabus como complexos sistemas de crenças, costumes que influenciam fortemente nossas práticas e condutas. Tudo que fazemos no mundo social está sustentado por um sistemas de crenças.
A definição dos padrões de comportamento vinculados à sexualidade, considerados próprios a cada um (a), não se limita a estabelecer uma diferenciação binária entre estas categorias sexuais (masculino versus feminino). Aponta também as características que têm a ver com a cultura, a ideologia e a socialização, associadas com o sexo/sexualidade, incluindo os papéis considerados pertinentes a cada pessoa e a seu tempo histórico.
Mudanças na história
A descoberta da Aids, na década de 1980, foi um marcador histórico muito importante. Primeiro porque a idéia de só os homossexuais masculinos pertenciam a um grupo de risco foi desmistificada.
Segundo, porque sinalizou que as pessoas estavam, em muito países rompendo com tradições, como não praticar o sexo antes do casamento, preservar relações monogâmicas, etc.
Talvez a mudança mais radical tenha sido a mudança na representação social de pessoas e grupos sobre as relações sexuais, o sexo e a sexualidade. O sexo se tornou, no imaginário social, uma prática de prazer associada ao risco, ao contágio. Foi uma mudança no cuidado do eu que se modificou.
A liberação sexual é efeito de um processo que começa com a liberação feminina no final da Segunda Guerra Mundial. Mas está sempre se fazendo. Não se trata de um conceito, mas de processos e movimentos que as sociedades fazem, tensionando tabus e reclamando por mais abertura