Psicologia

2831 palavras 12 páginas
Ao folhear as primeiras páginas de A Loucura do Trabalho: Estudo de Psicopatologia do Trabalho, percebemos que se trata de uma obra importantíssima para o estudo da psicologia do trabalho. Dejours critica a O.C.T de Taylor, apontando-a como uma das principais responsáveis pelo sofrimento psíquico do trabalhador. A O.C.T. visava a produtividade, e Taylor sabia muito bem disso. Entendia que o tempo deveria ser otimizado de maneira a extrair o máximo de força de produção do operário. Ainda que o discurso de Dejours possa parecer de cunho comunista/socialista, por falar em defesa dos direitos do proletariado, sua análise das condições as quais os trabalhadores se submetem não pode ser ignorada. Segundo ele:

Do ponto de vista psicopatológico, a O.C.T. (Organização Científica do Trabalho) traduz-e por uma tripla divisão: divisão do modo operatório, divisão do organismo entre órgãos de execução e órgãos de concepção intelectual, enfim, divisão dos homens, compartimentados pela nova hierarquia consideravelmente inchada de contra-mestres, chefes de equipe, reguladores, cronometristas etc. O homem no trabalho, artesão, desapareceu para dar a luz a um aborto: um corpo instrumentalizado-operário de massa, despossuído de seu equipamento intelectual e de seu trabalho mental. (DEJOURS, 1992, p.39)

O modelo taylorista não é coisa apenas do século XIX. Ele ainda existe de maneira velada, assim como outros problemas sociais (racismo, homofobia, etc.). Não são todas as empresas que seguem este modelo, verdade seja dita. Porém, nas grandes companhias e indústrias, é fácil observar o taylorismo travestido de outras formas supostamente mais “aceitáveis” aos olhos dos acionistas. Ainda que tenham muitas vezes interesses menos nobres do que apenas reivindicar os direitos dos trabalhadores, as centrais sindicais apontam a todo o momento situações de abusos por parte dos patrões, especialmente com o empregado que exerce seu ofício no assim chamado “chão de fábrica”.

Não devemos

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