Psicologia
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Autor: Martin Heidegger
Tradução: Claudia Drucker
Com a metafísica se consuma uma reflexão sobre a essência do ente e uma decisão sobre a essência da verdade. A metafísica funda uma época, na medida em que lhe concede o fundamento da sua configuração essencial através de uma interpretação específica do ente e de uma acepção específica da verdade. Este fundamento governa todas as manifestações que caracterizam uma época. Reciprocamente, é preciso que o fundamento metafísico possa ser reconhecido nestas manifestações, para que haja uma reflexão apropriada sobre elas. A reflexão é a coragem de tornar dignos de questionamento, no mais alto grau, a verdade das próprias premissas e o âmbito dos próprios propósitos (cf. apêndice 1).
A ciência pertence às manifestações mais essenciais da época moderna [Neuzeit]. Uma manifestação de igual porte é a técnica maquinal. Não se deve de forma alguma compreender mal esta última, como se fosse a simples aplicação da ciência natural moderna à prática. A técnica maquinal é propriamente uma metamorfose autônoma da prática, de tal forma que ela mesma exige o emprego da ciência natural matematizada. A técnica maquinal continua sendo, até agora, a decorrência mais visível da técnica moderna, que é idêntica à essência da metafísica moderna.
Uma terceira manifestação da época moderna, igualmente importante, reside no processo por meio do qual a arte entra para o domínio da estética. Isto significa que a obra de arte se transforma em objeto de uma vivência. Do mesmo modo, a arte passa a equivaler a uma expressão da vida humana.
Uma quarta manifestação moderna se anuncia no modo como a ação humana passa a ser concebida e consumida: como cultura. A cultura é, então, a realização dos valores superiores através do cultivo dos dons supremos do homem. Trata-se, na essência da cultura tomada como tal cultivo, de cultivar a si mesma expressamente e de se