Psicologia
Universidade Estadual de Maringá - professor
Universidade Metodista de Piracicaba - doutorando
Introdução Alcir Pécora, em seu livro Teatro do Sacramento, ao dissertar sobre o padre jesuíta Antonio Vieira, evita os anacronismos comuns na herança crítica daquele autor, principalmente os estetizantes e os laicizantes, por entender que o debate no qual se insere Vieira é o do seu tempo e não o da atualidade. Nessa perspectiva, Pécora elege o sacramento como categoria explicativa do pensamento e da ação daquele autor que tanto o encanta. Ao tomar esta condição como uma questão metodológica primeira, o trabalho que ora se apresenta quer tomar o pensamento dos jesuítas livre de um debate que é, por essência, ideológico e político e, portanto, anacrônico. A perspectiva é a de que se possa analisar a racionalidade jesuítica no contexto escolhido e no embate próprio desse contexto, pois, do contrário, necessariamente o trabalho assumiria ou defesa ou a crítica da Companhia de Jesus, consoante as críticas que lhe são feitas desde a ascensão do
Iluminismo e a defesa que lhe é feita até hoje em revistas especializadas.
Estabelecido este anteparo metodológico, resta, inicialmente, apresentar os recortes escolhidos, as paisagens nas quais se pretende compreender e comunicar a compreensão obtida. O tema deste trabalho, que o é também da pesquisa do doutorado, é o entendimento da racionalidade jesuítica em tempos de arredondamento do mundo. O motivo gerador da escolha desse tema é duplo: por um lado a preocupação acadêmica em entender a formação da cultura brasileira através da história e da educação e, por outro lado, a participação em um grupo de pesquisa interinstitucional, registrado no
CNPq com o nome de “Educação, História e Cultura Brasileira: 1549-1759”.
O recorte histórico é a segunda metade do século XVI, mais propriamente entre
1540 e