Psicologia
Quando Freud, em seu trabalho terapêutico, abandonou as perguntas e deixou os pacientes darem livre curso às suas ideias, observou que, muitas vezes, eles ficavam embaraçados, envergonhados com algumas ideias ou imagens que lhes ocorriam. A essa força psíquica que se opunha a tornar consciente, revelar um pensamento, Freud denominou resistência. E chamou de repressão o processo psíquico que visa encobrir, fazer desaparecer da consciência, uma ideia ou representação insuportável e dolorosa que está na origem do sintoma (dor). Estes conteúdos psíquicos se localizam no inconsciente.
Tais descobertas impuseram uma modificação no trabalho terapêutico, que passava a estudar as neuroses humanas diretamente na raiz do problema.
Ao método de investigação e cura resultante Freud deu o nome de psicanálise.
PRIMEIRA TEORIA SOBRE A ESTRUTURA DO APARELHO PSÍQUICO
Em 1900, em seu livro “A interpretação dos sonhos”, Freud apresenta a primeira concepção sobre a estrutura e o funcionamento da personalidade. Essa teoria refere-se à existência de três instâncias psíquicas: inconsciente, pré-consciente e consciente.
O inconsciente é constituído por conteúdos reprimidos, que não têm acesso aos sistemas pré-consciente/consciente, pela ação de censuras internas. Estes conteúdos podem ter sido conscientes em algum momento, e terem sido reprimidos, ou podem ser genuinamente inconscientes. O inconsciente é um sistema do aparelho psíquico regido por leis próprias de funcionamento. Por exemplo, é atemporal, não existem noções de passado e presente.
O pré-consciente é o sistema onde permanecem aqueles conteúdos que são acessíveis à consciência. Aquilo que não é consciente, neste momento, e no momento seguinte é.
O consciente é o encontro entre as informações do mundo exterior com as do nosso mundo interior, pois é quem as recebe simultaneamente. Na consciência destaca-se o fenômeno da percepção, principalmente a do mundo exterior, a atenção e o raciocínio.